O Caso Dönitz
Dönitz foi preso por “fazer guerra submarina ilegal” contra os ingleses. Na lei internacional tudo é questão de reciprocidade e de acordos internacionais, que só podem ser levados a efeito por meio de reciprocidade. Na guerra a melhor defesa contra uma arma é o contra-ataque vigoroso com a mesma arma. Os ingleses, devido a seu domínio dos mares, combateram em ambas as guerras por meio de bloqueios e do sistema chamado Navicert. Os navios neutros eram detidos no mar e obrigados a seguir para os portos ingleses, onde eram examinados de acordo com formulas complicadas; se um pais neutro importava mais alimentos, adubos, lã, couro, borracha, algodão, etc. do que era julgado necessário para suas próprias necessidades em 1915 (pelos critérios dos britânicos), acreditava-se que a diferença estava sendo enviada para reembarque à Alemanha e toda a carga era confiscada por eles. Resultado: o navio (e com ele toda sua carga) era confiscado e vendido em leilão, o que também constituía uma violação às cláusulas de todos os contratos de seguros marítimos britânicos.
Em 1918-1919 o bloqueio foi mantido durante oito meses após o Armistício para forçar os alemães a assinar o tratado de Versalhes. Centenas de milhares de alemães morreram à fome após a guerra enquanto os diplomatas hesitavam, o que constituía evidente violação das condições do armistício, e de todo o Direito Internacional e, pelo que Hitler afirmou “A maior violação da palavra de todos os tempos”. O ponto de vista britânico parece ser de que o bloqueio em si foi legal mas levado a cabo de maneira inteiramente ilegal; CF. 1911Encyclopaedia Britannica, “Blockade”, “Peace Conference”. Na guerra contra o Japão os Norte-americanos filtravam “tudo aquilo que se movia, desde o primeiro dia de guerra”.
Os países neutros, entre eles os Estados Unidos, queixavam-se de que isso violava sua neutralidade mas atendiam, mais uma vez violando sua própria neutralidade. A nação que permite sua neutralidade de ser violada pode ser tratada como beligerante, determina a lei internacional.
(OBS: No brasil oficialmente neutro havia bases no nordeste, entregues às operações aeronavais não apenas dos aliados bem como também dos Estados Unidos (ainda teoricamente neutros), bem antes dos torpedeamentos de navios brasileiros em nossas costas, que levou a nosso ingresso na guerra. Tais bases foram remodeladas ou ampliadas, senão construídas, pelos Estados Unidos, então sob presidência de Roosevelt. Em português claro: éramos neutros mas cedíamos bases militares aos Estados Unidos ainda não beligerantes, aos aliados, ANTES desses torpedeamentos, cuja “historia” também ainda não foi bem contada).
Em 1939 os alemães tinham apenas 26 submarinos capazes de navegar o Atlântico, um quinto do total de submarinos da França, apenas. Ademais os submarinos alemães eram muito menores que os de outra nações. O contra-bloqueio contra os ingleses somente poderia ser feito avisando aos neutros para não navegar em aguas próximas às ilhas britânicas. Para os ingleses isso era “crime”.
Desses 26 submarinos alemães, muitos se achavam, nesta ou naquela oportunidade, recebendo reparos, sem navegar, de modo que por alguns meses apenas dois ou três deles podiam estar operando no mar. Mostra-se óbvio que os submarinos não podem levar a efeito a busca e captura do mesmo modo como os navios de superfície. Os submarinos vindo a superfície, quase não tem defesas contra o menor canhão montado em navio mercante, para não falar em rádio, radar e aeronaves inimigas
Foi imposto pelos ingleses, em Nuremberg, que os submarinos alemães deviam ter vindo a superfície, notificando ao navio sua intenção de busca; esperar que o navio iniciasse hostilidades e depois afundar esse navio, presumivelmente com canhões de convés do submarino; após o que, recolhessem as dezenas ou centenas de sobreviventes a bordo do submarino (onde eles estariam em perigo muito maior que em qualquer escaler salva-vidas) e leva-los à terra mais próxima.
Quando aviões ingleses apareciam e afundavam o submarino, matando os sobreviventes, estes haviam, está mais do que claro, sido “assassinados” pelos alemães. Nenhuma convenção internacional requer isso e nenhuma nação lutou desse modo. Já que salvar os sobreviventes tornava os submarinos incapazes de agir e com frequência resultava na perda desse submarino e de sua tripulação, Dönitz proibiu qualquer ato de salvamento. Isso foi considerado equivalente à ordem de “exterminar os sobreviventes”. No entanto, durante o julgamento tal afirmação não recebeu validade.
Dönitz foi também acusado de incentivar o povo alemão a uma resistência inútil, crime igualmente cometido por Winston Churchill.
Dönitz respondeu:
“Foi muito penoso que nossas cidades ainda estivessem sendo bombardeadas e reduzidas a destroços e que por meio desses ataques de bombardeio e a luta continuada outras vidas se perdessem. O número dessas pessoas é cerca de 300.000 a 400.000, o maior número das quais pereceu no bombardeio de Dresden que não pode ser justificado do ponto de vista militar e não podia ser predito”.
“Mesmo assim essa cifra é relativamente pequena quando comparada aos milhões de alemães que teriam perdido a vida na frente oriental, soldados e civis, caso houvéssemos capitulado no inverno” (XIII 247-406; XVIII 312-372).
Eram Inocentes - C.W Porter ( premio revisionismo internacional, CNPH)
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